Nesse espaço desejo apresentar algumas reflexões sobre a interação da arte IMPRESSIONISTA e a FOTOGRAFIA, fruto de uma experiência no mundo das cores, formas, estruturas... mergulhando as técnicas de edição de imagem num nível mais sensível no ato da criação artística.
...uma conversa sobre suas INTERAÇÕES, compartilhando o desenvolvimento dessa experiência, ao produzir uma "fotografia impressionista", em nome da arte, da criação de beleza.
🎨 INSPIRAÇÕES E TÉCNICAS 💭+📷+ ✏💻
Veja texto completo:
Numa pesquisa sobre arte impressionista, é interessante conhecer os modelos antecedentes (realista, neoclássico, renascentista etc), seu contexto de origem, biografia dos pintores, a repercussão na sociedade da época, sua influência dissolvida e absorvida nos movimentos subsequentes (neo-impressionismo, pontilhismo), sua contemporaneidade.
Interessante conhecer as motivações íntimas de cada artista, o olhar de cada um, o que alimentava a arte dos pintores, o que eles consumiam. Desde a arte japonesa (Hokusai) apreciada por Monet, Van Gogh e Gouguin, até os caberets parisienses frequentados por Lautrec, que chegou a morar em um... Interessante também conhecer suas relações familiares e entre si, amigos pintores... Por exemplo, a relação de amizade e parceria de Pissarro, um dos pais do impressionismo, com outros pintores como Cézanne, Seurat e Gauguin. A relação de Van Gogh com seu irmão Theo e a admiração mútua pelo trabalho de Gauguin - em meio aos dramáticos conflitos.
O impressionismo surgiu durante o advento da fotografia, que impulsionou esse questionamento aos padrões acadêmicos da arte do Realismo. A "pintura da realidade" agora era realizada pela fotografia. Assim, foi havendo um rompimento da pintura realista, e o interesse dos artistas pelos temas ligados à igreja, à nobreza ou à reprodução fiel da realidade foi substituído pelo interesse em capturar em suas telas a fugacidade da vida, o movimento, a efemeridade da luz, cenas ao ar livre, onde o quadro, em si, fosse uma obra que imprimisse a emoção particular de cada artista.
Nas pinceladas soltas, sem contorno definido, numa imagem quase dissolvida, se vê o movimento das águas, os reflexos da luz, a fumaça do trem, o contorno indefinido do movimento das bailarinas, um conversa entre amigos num bar. Na arte impressionista é o instante que é pintado, seja o instante de um rio enevoado ou de pessoas numa praça. E a técnica da mistura de tintas dá lugar ao estudo das cores e aos efeitos ópticos, ao conhecimento científico sobre a refração da luz. Os efeitos da luz do sol sobre as cores da natureza, num determinado instante e ângulo... isso é que eram pintados!
A história mostra que as técnicas, por vezes, se mostram como barreiras. Conhecendo-as, dominando-as, pode-se criar uma forma adequada de transpô-las, de ir além das limitações, expressando, assim, de um modo particular e novo, o que se sente através da arte. Na arte não há barreiras, por isso que é Arte! Seja na música, poesia, pintura, escultura, ou na fotografia, "o transpor" é que faz sua arte ser única! Pois a ARTE ESTÁ ALÉM DA PURA TÉCNICA. Não se sabe para onde caminha a arte (sentido amplo ou restrito; expressão de uma sociedade ou pessoa), posto que é um processo rico, de contínuo experimento do conhecimento, e que se retroalimenta, sempre.
Há mais de duas décadas, tenho me expressado - de modo intimista, através do desenho, poesia, arquitetura, pintura, arte digital (montagens e manipulação) e fotografia, essa, a qual me dedico com mais intensidade. Decorrente de um processo natural e descomprometido, porém de aprendizado cumulativo, nesse projeto particular tento expressar a fotografia como objeto de arte impressionista.
A partir da fotografia trabalho numa releitura impressionista - conceitualmente falando, onde tento deslocar o limite entre fotografia e pintura, em nome da arte, da liberdade de expressão, da criatividade.
Nesse projeto, o tema é fotografado e a foto é trabalhada para se obter um efeito impressionista, pelo trabalho minucioso no nível dos pixels. A "pintura" então é construída não por tintas, e sim pelas luzes capturadas pela câmera, e a imagem registrada em arquivo digital será decomposta em pixels, postos em evidência, em menor ou maior grau, justapostos ou aglutinados, modificados pela sensibilidade ótica, até o ponto desejado em cada "pintura".
No processo de criação do "quadro" a fotografia vai recebendo contínuos influxos em sua estrutura, trabalhando-se as cores, histograma, contraste, saturação, brilho, matiz, nitidez, pontilhamento, variação da forma/estrutura do pixel, ou de um agrupamento de pixels, dependendo da complexidade do objeto ou da luz que desejo compor para cada setor da pintura.
Mais fotografias impressionistas publicadas no meu Flickr:http://www.flickr.com/photos/aestevam/sets/72157631429480800/
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